sábado, 28 de março de 2009

Considerações...


Vivemos de meias verdades.
Essa afirmação pode chocar aos que batem no peito e gritam uma sinceridade heróica, digna dos contos de fadas.
Mas, apesar de antagônico, a afirmação é a única verdade inteira.
As meias verdades funcionam como um lubrificante entre as complexas engrenagens da sociedade humana.
Imagine se cada um de nós resolvêssemos ser totalmente sincero uns com os outros. Não digo aqueles que usam a franqueza para serem mesquinhos e mal educados com as pessoas, mas fazer realmente da sinceridade uma atitude.
Enquanto a sinceridade levasse a tecer elogios verdadeiros, reconhecimento pessoal, ou qual quer coisa para o benefício de quem ouve, não haveria conflito algum, gostamos de bajulação. Mas se a sinceridade levasse a criticas, mesmo que com as melhores das boas intenções, haveria os que ficariam mortalmente ofendidos. Ainda que, se o que fosse ouvido seja a mais pura verdade.
Não restaria pedra sobre perda, sem duvidas seria o fim da humanidade como nós a conhecemos.
Não gostamos muito de verdade, mesmo aqueles ferrenhos defensores da sinceridade, “odiadores” patológicos da mentira, esses então... São os que menos suportam a verdade nua e crua.
É cientificamente comprovado que os seres humanos não agüentam a verdade, por isso nossa mente cria mecanismos para amenizar uma situação difícil criando uma ilusão.
O fato é que a meia verdade é cultural, faz parte de nossa educação, dizer sempre o que se pensa com extrema franqueza sempre gerou polemicas e causou até mortes, embora esse tipo de atitude valha muito a pena, é um risco que se corre.
A criação da meia verdade é sem dúvida um mecanismo de sobrevivência social. Afinal, meia verdade não chega a ser uma mentira, mas também não é verdade, portanto diz sem dizer, e todo mundo fica feliz achando que foi sincero e cumpriu seu dever.
E assim caminha a humanidade...

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