terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Retrô

Ele sempre teve uma coisa que eu achava o máximo, não sei bem o que era, mas me encantava. E pra falar a verdade, ainda, digamos, me perturba, no bom sentido. Acho que era o seu jeito responsável, sério, enquanto eu era tão criança, tão tola, tão simples.
Ele era como meu pai, meu irmão mais velho, meu amante, meu amigo, o primeiro em tudo. Alguém que eu idealizei de tal forma que era lógico que uma hora fosse estourar, por que humanos são sempre humanos por mais que queiramos que sejam deuses.
Hoje penso nas muitas coisas que deveria ter dito a ele, mas todas elas estão sem contexto agora, já não sou nem de longe a garota que usava saia curta, mas se sentia desconfortável dentro de si mesma, aquela que gostava de quartas-feiras com lua cheia, que tinha medo de demonstrar o que sentia.
Eu acho engraçado, como eu sempre me lembro dele, com carinho, por que dele só tenho lembranças ternas, pois as humanas não cabem nesse tipo de história.
Nada como antigas paixões, aquelas que dormem em caixas escondidas, com fotos do que você era. Que trazem a marca do “e se?".
E eu só aprendi o que fazer depois que já não havia nada a ser feito, esse é o maior defeito da experiência, ela sempre chega atrasada.
Como eram aquelas tardes? As noites de lua?
Hoje só tenho a sensação do que foi e o sorriso que vem no meu rosto quando me lembro de mim. Como na canção de Renato Russo “só nos sobrou do amor, a falta que ficou”.

Um comentário:

Rafa Carvt disse...

acho que essa saudade é até gostosa de sentir... sei la, mas é melhor pensar em como pode ser do que em como seria (: