terça-feira, 3 de agosto de 2010

Homenagem à Florbela


Inconstância

Procurei o amor que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava.
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer…
Um sol a apagar-se e outro a acender
Nas brumas dos atalhos por onde ando…

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir também… nem eu sei quando…

Um comentário:

Maria Regina de Souza disse...

"Passei a vida a amar e a esquecer…
Um sol a apagar-se e outro a acender"...
Lindo demais!...
Lindo poema!
Um abraço